terça-feira, outubro 07, 2008

A xica esperta.

Este governo encetou uma desnorteada persecução à classe dos professores.
No intuito de querer dar alguma credibilidade às suas instituições, neste caso o ministério da educação, iniciou a cruzada de ataque e desmembramento da classe educativa.
Sem qualquer idoneidade técnica, ética ou moral, construiu mais um monstro da nacional mesquinhês e estupidez, tornando alguns dos professores em "bufos", outros em percutores, em executores, em "coronéis" em pequenos ditadores, e todos os demais (creio que já aqui teríamos uma excelente avaliação!! ) em carneiros mandados, aterrorizados, sobrecarregados, escravizados, e mal pagos, para não continuar com esta descrição tão negativa.

Se as escolas, fossem um local de trabalho inteligente, os professores teriam o seu local de trabalho onde poderiam preparar as suas aulas, os seus exercícios de avaliação, tratar das suas papeladas e serem avaliados pelos seus resultados.
Mas não, isto não é uma realidade. A realidade é que estes profissionais contratados pelo estado carecem de um ambiente de trabalho eficaz e profissionalmente e eticamente incapaz.
Numa área de professores, que deveriam estar a ocupar o seu tempo entre tuição, para preparar esta mesma, existem umas cinco cadeiras livres para uns 27 professores em pé. Estas cadeiras estão no entanto ocupadas a fazerem função de cabides, pois estes também não existem e as sacas, casacos e demais objectos, como livros por exemplo tem de ser pousados em algum lado.
Como é que um professor pode preparar uma aula, uma avaliação ou um teste da sua disciplina quando em seu redor estão mais umas dezenas de colegas a conversar, discutir ou a serem anotadas as suas indiscrições sobre a nomenclatura do ministério que os vai possivelmente prejudicar??
Este trabalho vai ter de esperar para quando o professor chegar a casa. E sendo assim, e depois da casa arrumada, as refeições prontas, as roupas, e outros afazeres de uma casa estiverem terminados, vai então este professor poder dedicar algum, bastante do seu tempo pessoal e familiar à execução do dito teste ou preparação da aula do dia seguinte!
Ora aqui estamos perante uma injustiça, uma pressão mesmo escravizante, que é ilegal, desonesta e desprovida de qualquer esquiço de ética.
No dia seguinte vais ter de deixar as refeições do dia pré-preparadas, pois sabe que vai ter de estar presente em duas reuniões, de entre as seis ou sete da semana, e não vai ficar "livre" antes das 21.00 horas da noite!!
Todas estas horas não são remuneradas, e que se livre o professor de faltar a alguma destas reuniões, pois nem com atestado médico se vai poder justificar e logo ali a sua avaliação negativa vai começar a tomar forma. Não vale a pena mostrar-se um óptimo escravo durante a maior parte do ano lectivo, pois se falhar uma vez a uma destas manifestações tipo reunião de condomínio onde nada se decide e de tudo se fala!
Que direito tem um empregador nacional de se comportar com o seu pessoal desta forma? NENHUM. Qualquer entidade privada que assim de comporte e assim desenvolva o seu efectivo horário de funcionamento, está sujeita aos nossos tribunais de trabalho....! bom essa seria outra história engraçada! Mas efectivamente, nenhuma sociedade comercial, fabril ou de serviços pode escravizar assim os seus funcionários, com riscos de ser condenada judicialmente.
Pode, podem os ministérios!
O governo deveria sim, efectivamente, e para haver igualdade entre os portugueses, institucionalizar a Avaliação a todos os sectores de sua influencia, a começar pelo ministérios, os seus funcionários internos, e depois alargar esta avaliação a todos e qualquer funcionário público, seja ele professor, enfermeiro, porteiro, engenheiro (mesmo os agentes técnicos), todo o universo de indivíduos que através do seu trabalho e da sua profissão podem influenciar qualquer momento da vida de qualquer cidadão.
No caso em questão, deveria o ministério trabalhar com o fim de todas as escolas e afins serem dotadas de instalações, materiais e pessoal adjunto de uma forma eficaz e minimamente aceitável, de forma a que todo o pessoal docente tenha forma e método em tempo real, para exercer a sua profissão eficazmente. Aí sim, a partir daí deveria o ministério iniciar a avaliação dos professores de uma forma eficaz, responsável e não intrusiva da vida particular, pessoal e familiar de cada envolvido.
Os resultados efectivos da educação nacional, retomam a partir de este ano lectivo, de em razão da forma com que esta avaliação se está a proceder, uma queda vertiginosa em termos qualitativos. Eu sei que isto será escamoteado do português contribuinte ou não, mas é esse o futuro próximo dos nossos filhos e netos.
Vai-se formando uma imagem de completos ignorantes, que qualquer dia teremos de ir a um qualquer banco de conhecimento pedir uma qualquer informação sobre um qualquer momento da nossa vida (nossa salvo seja, da dos filhos ou netos!)
Bom, há sempre África!

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