terça-feira, fevereiro 17, 2004

Fod.-se, c.r.lho, não Oh!, (ramificações linguísticas)



Desde muito pequeno que apreendi a ouvir vocábulos considerados insultuosos convencionalmente etiquetados de "mal educados". O vulgar "calão" ou "palavrão".
Ora "palavrão" parece mais indicado para uma palavra grande mas algumas destas são bastante pequenas em número de sílabas. Mas aceitemos este rótulo.
Também me lembro de ouvir regularmente e sempre que a situação a isso obrigava, a substituição destes vocábulos por um: "seu padre..!" Quando ouvia isso, sabia que se estava a passar algo de muito grave! Vindo de quem vinha e conhecendo a sua relação com a instituição do "padre".
No entanto o meu processo de crescimento, educação e aquisição de valores, sempre soube pôr de lado essa linguagem, sentindo mesmo alguns calafrios quando da sua audição.
Assim cresci até que por força, a minha actividade profissional me patrocinou repetidas e prolongadas visitas a meios fabris onde o "calão" impera.
Fazendo-me valer da minha versatilidade adquirida apreendi a inserir-me neste meio recorrendo eu mesmo a impropérios assim a situação o solicitasse, de modo a levar a bom termo a interacção instalada.
Acabada esta interacção, retomava de bom grado a minha forma normal de oratória mais condizente com a minha educação.
Sou de opinião que nos devemos comportar de acordo com a época e o local onde nos encontramos e a finalidade pretendida.
Fui ensinado a responder a uma carta com outra carta. Com um telefonema a outro telefonema, um telex a outro, fax, etc.
Dentro dos nossos conhecimentos, a responder em Castelhano a um Castelhano Françês a um Françês, Inglês ao Inglês e na minha singela capacidade, em Alemão a um Alemão, Italiano ao Italiano e mesmo em Sueco a um Escandinavo.
Há uns anos vim viver para Viana do Castelo, cidade propagandeada como de "cidade saudável". Acho que só mesmo em termos de qualidade de ar !
Inexplicávelmente, primeiro em absoluta incredulidade mas lentamente em total rendição, apercebi-me empregavam e empregam o "calão" e o "palavrão" com impecável destreza e naturalidade !
Fui-me habituando a ouvir de bocas do mais variado leque de nivel de formação académica, de idade e sexo, o "palavrão" como parte integrante de uma conversação ! Este é como que uma substituição da pontuação de todas as frases ! Assim, em vez de vírgulas, pontos finais, parágrafos ou aspas, podemos ouvir em troca: fod.-se, car..ho, p..ta, etc etc. Diáriamente, em qualquer local ou situação. E não é só em privado não ! Em bom nível de voz e pode ser de qualquer janela para o meio da rua, de um lado da rua para o outro, numa repartição pública ou mesmo nas escolas !!
Estes últimos meses, talvez anos, não tenho socializado muito ou tanto, com os meus concidadãos, fazendo esporádicas visitas ou passagens pelas ruas da cidade. Como o ambiente em casa é bastante saudável também no que se refere a qualidade de diálogo, quase que me tinha esquecido desta particularidade Minhota! Sim, que não é só nesta cidade ! O mesmo se passa em todo Minho; Braga, Caminha, Ponte de Lima, Guimarães, Valença etc.
É como que um sinal eventual de identidade regional !
Habituado que estava a ouvir os Lisboetas referirem-se ao Porto como: "uma cidade onde se fala muito mal !" O Porto é um paraíso linguístico comparado com o Minho neste particular aspecto !
Na semana passada, e hoje, sentei-me numa esplanada com intenção de escrever as palavras cruzadas do jornal. Mas para meu espanto e surpresa foram ocupadas as mesas em volta da minha, por um grupo de estudantes do Instituto Politécnico. Estudantes de cursos superiores entenda-se! Não aguentei mais de cinco minutos ! A catadupa de "palavrões" vociferados por aquele grupo de meninas tão bem parecidas, mais os seus colegas masculinos era de tal intensidade que mais se assemelhava a um gladeio, um cantar ao desafio com uma descarga tal de impropérios que acaba por ser um exercício bastante difícil conseguir separar as palavras "limpas" e formar frases compreensíveis e com algum sentido ! Parece falarem em código !!
Só de pensar que estes jovens vão possivelmente ser Pais e Educadores eles mesmos, faz-me temer pela sanidade desta terra, e consequentemente, do País !
Oh Oh !

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

AtençãoBloqueio!!!

Em seguimento da profissão de Fé de desenvolvimento de temas absolutamente incólumes desprovidos de qualquer aplicação prática no sentido de melhorar as condições de vida dos Portugueses, vem agora o Bloco de Esquerda propor e, fazer como de costume, perder tempo de legislatura dos nossos deputados, o Alargamento do Período da Época Balnear !!!
Actualmente esta estende-se no calendário, de 1 de Junho a 30 de Setembro.
É intenção do Bloco alargar este prazo para SEIS MESES ! Compreendendo assim também os meses de Abril e Maio!
Mais ainda, e como havia de ser para facilitar a múltipla leitura da Lei e assim colocar em perigo a sua execução, quer que este alargamento permita ás Autarquias dispor e autorizar a Época, a seu belo prazer tendo estas em conta as diversas condições Atmosféricas de cada Região Balnear em cada ano!!
Assim, a Lei a aprovar, (já foi discutida e aprovada na Generalidade) será certamente aprovada na Especialidade mas, cumprida mediante interesses políticos Regionais, ocasionais, o que poderá ter repercussões perigosas respeitante aos direitos e necessidades dos empresários que exercem a exploração das actividades de suporte relacionadas com as nossas praias!
Se não, ficcionemos um pensamento sobre uma situação possível:
Um concessionário de exploração de uma determinada praia, não vai poder programar a duração com que no corrente ano vai explorar essa praia!
Não vai saber atempadamente em que data vai necessitar e de que número de funcionários vai contratar.
Estes funcionários, sazonais, terão de se manter em situação de Stand-by, sem lhes ser permitido organizar atempadamente as suas vidas e terem um cálculo do montante que poderão vir a auferir nesse ano/estação!
Por outro prisma, este alargamento vira na sequência de facultar praias vigiadas por um espaço de tempo mais vasto (meio ano) a um número crescente de desempregados como o que se tem vindo a registar como preocupante realidade!
Parece-me que o nosso País se está a deslocar a grande velocidade para latitudes mais pequenas onde o Sol raia mais intensamente e durante maiores períodos de tempo!
Estamos a entrar nos trópicos!
Este formato de gestão da Política Nacional, tem o seu quê de subversivo, obsceno e leviano.
O Bloco que, muito bem se caracteriza e dá significado ao seu nome; Bloco deve ser um grupo, que inexplicadamente engrossa a cada eleição, constituído por militantes que atingiram e se encontram BLOQUEADOS ! Bloqueados intelectualmente (ironia do partido que se auto-identifica com a intelectualidade!!), Bloqueados na sua capacidade de estudo e compreensão dos reais problemas, dificuldades e necessidades do Povo Português.
Para não pesquisar muito profundamente, lembramos-nos de alguns temas privilegiados pelos Bloqueados, perdão Bloquistas. Giram sempre em redor de reduzida ou inexistente expressão factual que atinja a nossa nacionalidade:
Os casamentos ou uniões de facto de homossexuais,
Os métodos contraceptivos,
A legalização da Canabis, etc etc etc.
Quando assistimos a esta diarreia intelectual, a este non-sense colectivo, interrogamos-nos se esta gente terá os neurónios efectivamente e de facto unidos?!?!?

Não é mesmo nada meu, falar de política, mas compreenda-se que isto não é mesmo política. É mais um recreio luxuriantemente pago por todos nós. Não é mesmo política a sério!